sexta-feira, novembro 09, 2007

Precisa-se de matéria-prima para construir um País

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós.
Nós como povo.
Nós como matéria-prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se defrauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito.
Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.
Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
Onde nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame.
Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe o lugar.
Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.

Como "matéria prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...
Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa.
E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.

E você, o que pensa?.... MEDITE!

EDUARDO PRADO COELHO

terça-feira, outubro 02, 2007

Conselho Arciprestal da Juventude de Sernancelhe

Agenda das Actividades-Outubro de 2007 a Julho de 2008

-13 de Outubro de 2007: Chegada da Cruz Ecuménica e Vigília -Igreja Matriz de Sernancelhe
2,3,4 e 9,10,11 de Novembro de 2007:

(Curso de Animadores no Seminário Maior de Lamego)

-15 de Dezembro, Curso de Socorrismo

-Dezembro - Ceia de Natal

-2,3,4 de Fevereiro de 2008: Convívio Fraterno

-10 de Fevereiro de 2008, Vigília de abertura da Campanha de solidariedade, em Lamego

-15 de Março de 2008: Via-Sacra Diocesana(Colaboração dos Jovens de cada arciprestado-

21 h:00 Lamego)

-16 Março de 2008: Semana Santa( Via Sacra do Arciprestado)

-26 de Abril de 2008: Festival Diocesano da Canção em São João da Pesqueira)

-3 e 4 de Maio de 2008: Fátima Jovem

- 15 de Julho a 15 de Agosto de 2008 Missão Verão Radical III, na paróquia da Cunha


* Poderam ser realizadas actividades que não estão no plano de actividades, que possam surgir ao longo do periodo de Outubro de 2007 a Julho de 2008

Conselho Arciprestal da Juventude de Sernancelhe


Destaque/Outubro 2007



Cruz Ecuménica


Igreja Paroquial de Sernancelhe | 13 de Outubro de 2007, 22h



"Uma Partida, um Caminho e uma Chegada"



Organização:

Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil de Lamego
Conselho Arciprestal Juvenil de Sernancelhe
(Jovens do Arciprestado de Sernancelhe)






segunda-feira, julho 23, 2007

A Maneira Certa de Perder a Vida

João César das Neves
(professor universitário)
Vivemos tempos muito estranhos. Na rotina passa despercebido, mas ficaremos na História como uma das idades mais insólitas. Prova disso é o facto de esta sociedade confirmar uma das frases mais assombrosas da humanidade.O nosso tempo é aquele em que mais gente se esforça por ganhar a sua vida. A ideologia dominante é a da realização pessoal, concretização de sonhos, promoção de projectos, carreiras, ideais, paixões. Manifestar a sua ambição é direito inalienável e decisivo de todos. Não a conseguir é miséria inaceitável. Da publicidade à educação, da ficção à política, tudo assegura que afirmar-se pessoalmente, impor a sua personalidade, ter sucesso, ganhar a vida é o sumo bem. O prazer é erigido em valor supremo e objectivo primordial. Pelo contrário, o pior crime é limitar a expressão alheia, prejudicar os sonhos de juventude, impedir o florescimento da liberdade. Vivemos o tempo da exaltação do apetite.Desse ardor ingénuo e cândido surge o fiasco. Porque os sonhos são sempre inatingíveis, as carreiras embatem em mil obstáculos, os projectos distorcem-se ao crescer. Assim, a grande maioria gasta a vida e desperdiça a felicidade em busca de uma ilusão a que julgava ter direito, mas que nunca atinge. A pirâmide alargou e elevou a base, mas continua tão afilada quanto antes. A nossa sociedade deixou de ser composta por humildes que não se atreviam a sonhar. Passou a ser de frustrados ruminando sonhos precocemente empolados.Aqueles poucos que vislumbram o objecto dos seus anseios reconhecem que ele é muito mais pálido e desinteressante do que parecia à distância. Os sonhos e projectos só são belos vistos de longe. A cor da realidade tem tendência a fazê-los fenecer. Afinal não era bem isto que a gente queria. Alguns desistem desanimados, outros buscam novas demandas, mas todos acabam desiludidos. Eles não sabem que o sonho, afinal, não comanda a vida.Esses são os afortunados, porque os mais infelizes alcançam e sentem-se realizados pelo que aspiravam. E então reduzem-se à tacanhez da sua ambição, ficam escravos dos seus desejos. Deixar-se deslizar para o marasmo do contentamento é viver a morte em vida. Confundindo embriaguez com felicidade, mergulham cegos no torvelinho do prazer asfixiante que, para se manter, exige novidades sempre mais perversas, acabando por devorar a própria identidade.A multidão desiludida vive a contemplação de uma elite de satisfeitos, suposta prova da ideologia dominante. Mas televisões e revistas não escondem as vidas esfarrapadas, a vacuidade e tolice dos famosos. Quanto mais se sabe sobre os poucos que dizem ter ganho a vida, tanto mais se mostra a perda radical que sofreram. Esta lição, sucessivamente repetida, tem de demonstrar alguma coisa, mesmo que a cegueira não o admita.Há dois mil anos foi dito: "quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa há-de salvá-la." (Mt 16, 25; Mc 8, 35; Lc 9, 24; cf. Jo 12, 25). Não se tratou de um conselho sábio, provocação tola ou oráculo paradoxal, pois ninguém entregou a sua vida de forma tão radical e depois a salvou tão espectacularmente. Discípulos ou inimigos têm de reconhecer que Jesus Cristo viveu e morreu por esta frase.Os vários séculos confrontaram- -se com a profecia da sua primeira parte, mas a dureza dos tempos recusava meios para a verificar. Só a prosperidade da sociedade do consumo e era da informação trouxe recursos para tentar a experiência, vendo depois as massas perderem-se na busca insana de salvar a vida. Hoje sabemos que, afinal, a frase não fixava um castigo. Limitava-se a constatar um erro: o egoísmo queima, o prazer cega, até o altruísmo seca.Felizmente, hoje como sempre, brilha também a verdade da segunda parte: o desprendimento e alegria da entrega total ao Bem absoluto. A felicidade de se saber, como todos, pessoalmente dilecto da divindade, que é Amor. A sabedoria na vida está em renunciar alegremente a si mesmo e aceitar cada passo, sorver cada percalço desta Via Sacra como um dom eterno.

sexta-feira, julho 13, 2007

Darfur

© Lusa
VIDAS REAIS

Samia Ramadan, 5 anos. Chora e pergunta todos os dias pelos irmãos que foram mortos pelos janjauid em Buram.

Zinat Abdu, 3 anos, diz que a casa onde vive agora é muito pobre comparada com aquela em que vivia em Bulbul e que no campo de refugiados de Kalma não tem ovelhas nem cabras para guardar e brincar… nem leite.

Abd el Wahab e a Raqui, 7 ou 8 anos, trabalham com e como os adultos à entrada do campo refugiados de Kalma a fazer tijolos: «Quero trabalhar aqui, fazer e vender muitos tijolos para fazer uma casa para mim e meus avós.» Os seus pais e resto da família foram mortos pelos janjauid.

Ramadan estava prestes a casar com Leila quando vieram os janjauid… Destruíram, queimaram e levaram-lhe a querida noiva que nunca mais chegou a ver. Depois de dois anos Leila ainda estará viva? Talvez escrava? Quem sabe…

Abdu e Hachim bateram à porta da missão de Nyala era quase meia-noite. Afoitei-me e fui abrir. «Pedimos protecção por esta noite», dizem. Quase que falam ao mesmo tempo e têm pressa de entrar. «Os amigos dos jaunjauid sabem que estamos aqui na cidade». Abdu e Hachim fugiram de Greida onde se luta há 4 dias. Apareceu uma alma amiga que lhes deu guarida e protecção porque sabia o perigo que tanto eles como eu corríamos. Na manhã seguinte partiram para o sul. São sulistas e cristãos

Jamal viu-me à entrada do seu campo de refugiados em Kalma e perguntou: «Porque não multiplicais os esforços sanitários aqui? Falta de tudo, mas ao menos se houvesse algumas latrinas haveria muito menos risco de infecções e cólera…» É perigoso parar à entrada de um destes campos, eu sei. Mas eu queria ouvir alguém, falar, partilhar esperanças, pobrezas e riquezas. Que as há. De uma e outra parte. Num e noutro sentido.

P. Feliz Martins
Missionário Comboniano no Darfur

quinta-feira, junho 21, 2007

Trovador de Deus


«Francisco de Assis é um grande mestre da nossa fé e do nosso louvor. Quando se apaixonou por Jesus Cristo, encontrou a face do Deus-Amor; tornou-se o seu cantor apaixonado e um autêntico “trovador de Deus”. À luz das bem-aventuranças, compreendemos a mansidão e a humildade com que se relacionou com outros, tornando-se testemunha e agente de Paz.»

Papa Bento XVI em Assis para a celebração do VIII centenário da Conversão de S. Francisco

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

NÃO: PARA NÃO APAGAR A CHAMA DA VIDA

A natureza não se contradiz: ela prepara a Mãe para acolher o filho no útero que o gera e desenvolvê-lo até estar apto e pronto para vir à luz. Por isso a vida do filho e a vida da Mãe não podem ser incompatíveis.
A vida humana é inviolável, desde a sua conceição até ao seu apagamento natural. A “CHAMA DA VIDA” é como a chama que só se apagará quando arder todo o pavio.
O filho nasce quando é concebido. Quando vem à luz, já tem nove meses de vida. Ele é o mesmo. Apenas passou de um berço para outro: do útero para o colo da mãe. Agora que veio à luz, não começou mas continuou a viver doutro modo os seus nove meses.
Será preciso vê-lo para lhe garantir o estatuto de vivente humano, de filho de seus Pais?
Quanto agradeceria a Europa, a braços com o flagelo do aborto e a epidemia do défice de natalidade que Portugal tivesse a coragem de proclamar a inviolabilidade da vida humana desde a concepção até ao seu termo natural.
Portugal é a Terra de Santa Maria que há 360 anos proclamou sua Padroeira e Rainha com o Título de Nossa Senhora da Conceição. E faz agora 90 anos que Santa Maria, depois de ter dito em Lurdes que se chamava Imaculada Conceição, fez Portugal depositário – em Fátima – da sua Mensagem de Paz para o nosso tempo.
Esta mensagem sintetizou-a lapidarmente o primeiro Papa que visitou Fátima (Paulo VI) para ali deixar escrito em bronze:
HOMENS SEDE HOMENS: - na vida toda, desde a conceição até ao falecimento.

Que quer dizer e significa o NÃO?
- Para Portugal não pode haver aborto a prazo de semanas nem a qualquer prazo, porque a vida humana é uma chama que se acende na conceição de cada filho e brilha continuamente – sem interrupção – até se extinguir por si.

António José Rafael

SIM: PARA PORTUGAL SEGUIR A EUROPA

SIM: PARA PORTUGAL SEGUIR A EUROPA

Segundo o “SIM”, Portugal precisa de liberalizar o aborto para não se atrasar da Europa. Triste pecha portuguesa o complexo de Povo atrasado: impelidos pela força cega do seguidismo no afã de apanharmos os dianteiros nem reparamos que eles já voltam para trás, para corrigir o erro… Podíamos tirar partido do atraso, valendo-nos da experiência frustrada dos pioneiros, para não repetirmos os seus erros; mas não, queremos ir mais longe que eles… para sermos mais adiantados que eles.
É assim que o SIM faz uma proposta de liberalização do aborto – total e incondicional – que nem o País mais liberal fez: o aborto fica a ser de opção exclusiva, livre e inquestionável da mulher grávida.
E Portugal que se ufana, e com razão, de não consentir a morte do touro na arena, vai deixar sem protecção alguma, o nascituro no útero de sua Mãe, riscando no seu Código Civil o “direito de nascer”.
D. António José Rafael

SETE PERGUNTAS AO “SIM”

Porque nunca chama à grávida , mãe, e nunca fala do filho?
Porque fala da morte, embora excepcional, felizmente, das abortantes, e nunca refere a morte, sempre certa, e o número dos abortados?
Porque não aponta as consequências traumáticas – físicas e psíquicas – de todo o aborto, mas somente dos abortos clandestinos?
Porque não refere o efeito sinistramente multiplicador do aborto livre, a começar pela vizinha Espanha onde se fazem diariamente mais de 240 abortos?
Porque não refere a sondagem que mostra que 72% de mães que abortaram dizem que não teriam feito o aborto, se tivessem tido ajuda?
Porque não refere que os centros de Ajuda à Mães em dificuldade e os Berçários (Ajuda de Berço) do pós-referendo 98 conseguiram evitar 10.000 abortos?
E porque não diz o que fez o Movimento do SIM para ajudar as Mães em risco de abortar?
D. António José Rafael

SIM: LIBERALIZAR O ABORTO e NÃO: EVITAR O ABORTO

SIM: LIBERALIZAR O ABORTO
NÃO: EVITAR O ABORTO

As diferenças entre o SIM e o NÃO:
O SIM só protege a mulher, mas nem sequer lhe chama mãe, para ignorar
totalmente o filho.
O NÃO protege igualmente a mãe e o filho.

O SIM livra a mulher de qualquer responsabilidade e dispensa-se de a ajudar a
evitar o aborto, porque acha que é eficaz ajuda livrá-la da clandestinidade
e garantir-lhe gratuitos e competentes Abortórios (Clínicas de Aborto)
O NÃO garante ao filho direito de nascer, e consequentemente responsabiliza a Mãe na morte do nascituro, no sentido de ter de responder sobre as causas do abortamento do filho, a fim de serem remediadas;
e ajuda a mãe a remover todas as causas do abortamento para evitar a reincidência.

O SIM reduz o filho a um nada jurídico, retirando-lhe todo o direito de
nascer .
O NÃO atende à situação dramática da mãe em dificuldade (de toda a ordem),
e ajuda-a em todos os sentidos para evitar o aborto, porque não pode ser surdo ao apelo do “direito de nascer” do filho: - AJUDA A MINHA MÃE TÃO AFLITA A NÃO ABORTAR.
D. António José Rafael

AMBIGUIDADES E MANIPULAÇÕES DO “SIM”

Despenalização e a pena de prisão
Diz o SIM que vota a despenalização para livrar a abortante da pena da cadeia. Mas
para abolir a pena de prisão não é forçoso despenalizar o delito.
Basta substituir a pena da cadeia por outra mais humana e adequada à transgressão, como fez Portugal quando aboliu a pena de morte.

Despenalização e desresponsabilização
Diz o SIM que despenaliza a abortante para não ser incriminada no tribunal.
Pode e deve criar-se um enquadramento legal e instituição judicial própria e adequada à situação traumática e dramática da morte de um filho, para se inquirir das causas que levaram ao abortamento e tomar as previdências necessárias para evitar a reincidência.
Nunca se pode desresponsabilizar, isto é, dispensar o infractor de responder pela infracção, a não ser que seja mentecapto.



Não ao aborto CLANDESTINO
É o mais triste exemplo do abuso manipulador e insidioso para camuflar o seu propósito e ao mesmo tempo o justificar.
Se o SIM é contra o aborto, podemos ficar tranquilos.
De maneira nenhuma. Não vês que o SIM só diz aborto clandestino? Só quer acabar com os clandestinos, e de uma vez por todas.
Mas como? Muito simplesmente – diz o SIM, desafivelando a máscara: - Pondo todos os abortos à vontade libérrima da grávida e respectivos “Abortórios” à discrição.
No delírio da sua sinistra “invenção” do extermínio indultado dos nascituros, nem se deu conta o SIM do alçapão armadilhado do limite das 10 semanas: - e que vai fazer-se com os abortos depois das 10 semanas?
D. António José Rafael

Último Debate

O ÚLTIMO DEBATE



O QUE O ÚLTIMO “PRÓS E CONTRAS” SOBRE O ABORTO NOS MANIFESTOU E RELEMBROU

· A Inglaterra chama ao aborto mais propriamente exterminação (em vez de
“interrupção”) da gravidez.
Não obstante esta tradução mais aproximada da realidade do aborto, a Inglaterra não fugiu à triste regra de a liberalização do aborto não reduzir, pelo contrário multiplicar enormemente o número de abortos.

A pergunta do referendo que propõe a liberalização total e incondicional – ao
arbítrio absoluto e sem qualquer reserva da Mãe – não tem precedentes em qualquer País civilizado.
E esta redacção da pergunta não foi por inadvertência ou irreflexão, porque havia outra redacção que condicionava a legalização do aborto, mas essa versão foi rejeitada.

A proposta do NÃO – de abolir a pena da prisão e de se criar um “tribunal
próprio” para o julgamento adequado ao trauma do aborto – já fora apresentada à Assembleia da República em 2005, mas foi rejeitada.

O SIM disse que se vencer, irá corrigir e completar o “sim” à PERGUNTA
estabelecendo a regra do aconselhamento que a abortante terá de ouvir, e ainda bem, antes de optar pelo aborto. Mas se o NÃO vencer, não poderá corrigir e completar o “não” à PERGUNTA.
Porquê esta dualidade de critérios, se tanto uma proposta como outra têm em vista corrigir a confusão e suprir as omissões da PERGUNTA?...

Não se pode debater o problema do aborto sem ter em conta e condigna
atenção o nascituro, que é uma pessoa humana porque é um filho. Por isso o verdadeiro nome da mulher grávida é mãe, assim como o do progenitor é pai.
D. António José Rafael

O PROBLEMA DO ABORTO

Luta de palavras – A palavra não se usa para esclarecer e traduzir a realidade,
mas esgrime-se como arma de arremesso para derrubar o adversário.
Basta ver o que se passa com a palavra ABORTO que é a chave de toda esta questão: todos dizem ser contra o aborto, mas retiram da PERGUNTA a palavra aborto de modo que possa fazer-se todo o debate sem falar do nascituro.

Problema humano ou religioso? – O aborto é problema humano e religioso.
Mas não é humano por ser religioso; é religioso por ser humano.
Tudo o que é humano importa à fé cristã porque Cristo é Deus que Se fez homem por causa do homem, para o salvar.
Ora o aborto é um atentado mortal ao direito de nascer que é a base e sustentáculo de todos os Direitos do Homem. Negar o direito de nascer é como cortar a raiz à “árvore dos direitos humanos”.

A Igreja e a solução do problema do ABORTO – A Igreja não estorva a razão
humana, pelo contrário dá-lhe uma ajuda preciosa para equacionar o problema em ordem à sua correcta resolução.
Ponho dois exemplos: a “PAZ 2006” e a “PAZ 2007” formuladas por Bento XVI.
Diz a “PAZ 2007” – “A pessoa humana coração da paz”: no Debate do Aborto ponha-se no coração da Paz a pessoa humana da Mãe e com ela a pessoa humana do Filho.
Diz a “PAZ 2006” – “Na verdade, a paz”: o material de construção da Paz é a verdade.
Portanto só constrói a paz a palavra verdadeira 100%, ou seja: total (não só meia verdade), clara (sem qualquer ambiguidade), sincera (sem máscara), leal (sem omissões ou reservas intencionais), enfim, sem sofisma ou qualquer espécie de fraude.
Palavras de verdade-verdade e não mascaradas de verdade.

· Sinónimo do ABORTO – Infelizmente, a “interrupção da gravidez” é palavra só de meia-verdade que abre a porta a todas as ambiguidades, equívocos e manifestações acerca das discussões sobre o ABORTO, tais como: a partir de quando a interrupção é aborto? A partir de quando a gravidez é criança e é filho?...
Não foi nem é inocente substituir a palavra “aborto” pelo tão insuficiente e problemático sinónimo. É que enquanto a ciência não consegue convencer todos os promotores abortistas de que o filho nasce no acto da geração ou concepção com sua individualidade própria e definitiva, não precisando de nada mais do que o acolhimento e alimento do útero e tempo para crescer - , pode muito facilmente fazer-se passar a interrupção da gravidez por simples “desbloqueamento do fluxo menstrual que está bloqueado” e, por isso, atrasou…
Daí o dever fazer-se o aborto quanto antes, não vá o pequeno glóbulo crescer e começar a aparecer criança.
D. António José Rafael

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Existe - Muda-se a Lei

O aborto clandestino existe - é urgente mudar a lei.

Seguindo a mesma lógica, atrevemo-nos a sugerir mais umas quantas:

O excesso de velocidade existe - é urgente mudar a lei.
A contrafacção existe - é urgente mudar a lei.
O tráfico de droga existe - é urgente mudar a lei.
A violência doméstica existe - é urgente mudar a lei.
O roubo por esticão existe - é urgente mudar a lei.
A fuga ao fisco existe - é urgente mudar a lei.

Diga Não ao Aborto

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Pedro Vaz Patto - Juiz

Saber se a vitória do "sim" no referendo de 11 de Fevereiro virá incrementar a prática do aborto é questão da maior importância. Se são actualmente elevados os números do aborto clandestino, importa que não se tornem ainda mais elevados os números globais do aborto (legal e clandestino). É que, por detrás destes números, por cada aborto, há uma vida que se perde, com a sua riqueza sempre inestimável, única e irrepetível.
Há quem raciocine como se tal hipótese não se coloque, como se se tratasse de tornar legal apenas aquilo que sempre se faria de forma clandestina. Mas tal raciocínio não resiste ao confronto com as regras lógicas que presidem a qualquer política legislativa. Quando se quer impedir a difusão de uma prática, não se facilita essa prática, não se coloca ao seu serviço os recursos do Estado. É claro que se o Estado passasse a fornecer droga a quem o solicite seja por que motivo for (é isso que se verifica num regime de aborto a pedido), seria de esperar um aumento acentuado do seu consumo.
A prática do aborto aumentará com a sua legalização e liberalização - como parece óbvio - se este se tornar mais fácil, acessível e gratuito. Mas esse aumento não deriva apenas desta razão pragmática. Há também uma razão cultural, de mentalidade.
À Lei está sempre associada uma opção no plano dos valores, um sinal quanto à proeminência desses valores, uma mensagem cultural. A Lei é para muitos uma referência e uma orientação. É mais importante esta sua função pedagógica, de prevenção geral positiva, do que a de prevenção geral negativa, de intimidação com a ameaça de imposição de sanções, pois a vigência e eficácia da Lei tem de assentar na sua autoridade moral, mais do que no medo ou na força física.
Se é verdade que a função de intimidação tem hoje, no que se refere ao aborto, escassa eficácia (dado o reduzido número de condenações), o mesmo não pode dizer-se da referida função pedagógica. Há que pensar não apenas nos casos em que a lei que proíbe o aborto é violada, mas também naqueles em que ela é espontaneamente cumprida. Há pessoas que deixam de abortar não tanto pelo medo das sanções, mas porque se guiam nas suas escolhas pela definição legal do aborto como uma conduta censurável que atenta contra o valor da vida humana. Se o aborto se torna legal e livre, se o Estado passa a colaborar na sua prática, assim o aprovando como se fosse um bem, tal mensagem cultural é invertida. Muitas das que hoje pensam duas (ou mais) vezes antes de abortar, deixarão certamente de pensar tantas vezes antes de o fazer.
Segundo estudos realizados nos Estados Unidos, confirmados por outros realizados em França e em Itália, uma percentagem elevada (cerca de 70 por cento) de mulheres que praticaram abortos legais declaram que não o teriam feito se o aborto não fosse legal (ver David Reardon, Aborted Women: Silent No More, Loyola University Press, Chicago, 1987). Recentemente, várias pessoas tiveram a oportunidade de ouvir o testemunho de algumas mulheres norte-americanas que se deslocaram a Portugal, da organização Justice Foundation (www.txjf.org ), que afirmaram ter abortado porque o aborto era legal quando em gravidezes igualmente problemáticas anteriores à legalização não haviam sequer considerado a hipótese de recorrer a essa prática. Quando a conduta passou a ser legal, passou a significar para elas, por isso, uma conduta moralmente aceitável e isenta de perigos para a sua saúde física e psíquica (pois se até o Estado e os médicos nela colaboram?).
Ouvi também recentemente a um correspondente de um jornal português na Rússia um comentário a este respeito, relativo à situação desse país, onde o número de abortos supera em muito o número de nascimentos. Isto explica-se porque durante muito tempo não havia acesso a outras formas de limitação dos nascimentos. Mas mesmo hoje, quando já estão amplamente difundidos outros meios de controlo da natalidade, tal impressionante situação mantém-se, porque o aborto se banalizou na mentalidade comum.
Nunca a liberalização do aborto permitiu torná-lo raro, ao contrário do que afirma a propaganda a seu favor (quando advoga o aborto legal, seguro e raro). Na Suécia, nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália, cerca de uma em cada quatro gravidezes termina em aborto. No Reino Unido, na Dinamarca, na Noruega, em França e na Itália, cerca de uma em cada cinco (ver www.johnstonarchive.net/policy/net).
Aborto raro? Até em países a que não faltam recursos económicos como estes, o aborto livre está muito longe de ser raro. São estes exemplos de "modernidade" que satisfazem os partidários da liberalização do aborto e que estes nos convidam a imitar?

In Público - 05. 02. 2007

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Saúde das Mulheres

Argumento falso nr 357: "vamos liberalizar o aborto pela saúde das mulheres". Então e o que dizem a isto? "Entre as várias consequências que o aborto pode acarretar agrupamos as principais da seguinte forma: Consequências Físicas - Cancro da mama, Cancro do útero, ovários e fígado - Perfuração Uterina - Lesões Cervicais - Placenta Prévia em gravidezes subsequentes - Complicações nos partos subsequentes. Partos pré-termo ou pós-termo - Gravidez ectópica - Endometrioses - Complicações imediatas: infecções, hemorragias, embolias, problemas com anestesias, convulsões, etc Estas complicações podem sempre levar à esterilidade Consequências Psicológicas com impacto social Numa breve passagem pela literatura verifica-se que o aborto tem fortes associações com os seguintes comportamentos Tabagismo: as mulheres que abortam têm duas vezes mais probabilidades de se tornarem fortes fumadoras. Alcoolismo, ligado a comportamentos violentos, divórcio, separações, perca de emprego e acidentes de carro. Abuso de drogas, com as consequências psico sociais que se conhecem Perturbações do Comportamento Alimentar, tanto a Anorexia e a Bulimia, como a ingestão excessiva de alimentos. Negligência ou abuso infantil: na medida em que pode conduzir a estados depressivos e comportamentos violentos e a dificuldades de vinculação com filhos subsequentes. Divórcio e Instabilidade nas relações afectivas: o aborto tem consequências dramáticas no relacionamento do casal. Não sendo possível nem objectivo deste artigo desenvolver este tema, podemos afirmar que frequentemente conduz à separação e traz como consequência o aumento da monoparentalidade. Acarreta perturbações ao nível da sexualidade, incluindo perda de libido, dores durante o acto sexual, aversão à relação sexual e/ou aos homens em geral e promiscuidade. Aborto Recorrente: as mulheres que fizeram mais do que um aborto, (45% do total dos abortos são repetições) têm 4 vezes mais probabilidade de repetir. Suicídio: observa-se com muita frequência ideação suicida e especialmente nas adolescentes, tentativas reais de suicídio. Para além disto, em várias das investigações feitas, verificou-se que 8 semanas depois do aborto as mulheres têm de necessidade de recorrer a tratamento psicológico com as seguintes queixas: perturbações psicológicas, perturbações do sono, arrependimento e ingestão de psicotrópicos."

Para saber mais do síndrome pós-aborto http://www.alamedadigital.com.pt/

Aborto de A a Z

por Pedro Guedes da Silva

A, Agosto de 2010 – Data do próximo referendo nacional à “interrupção voluntária da gravidez”. No caso de vitória do ‘sim’ no próximo dia 11 de Fevereiro, será necessário realizar nova consulta tendo em vista a liberalização total do aborto a pedido até às 30 semanas, dando resposta aos anseios da esmagadora maioria dos portugueses; em caso contrário – vitória do ‘não’ daqui por mês e pouco – PS, PCP e BE entenderão que o aborto se mantém como prioridade máxima aos olhos dos portugueses e convocarão nova consulta para a próxima legislatura. O facto do país estar a banhos não constituirá problema, na medida em que militantes com elevado sentido cívico daquelas três agremiações se disponibilizarão para carregar em ombros, de areal em areal, as urnas de voto; em algumas praias do litoral alentejano será admissível o voto de braço no ar e os resultados serão anunciados pelo dr. Louçã e pelo Engº Sócrates. Zezé Camarinha aplaudirá, eufórico, a vitoriosa proclamação.

B, Berço – Ajuda de. É apenas um exemplo, de muitos que podiam ser dados, de organizações que estão no terreno ajudando mães em dificuldade a seguir em frente com a respectiva gravidez, mesmo quando todo o mundo (e as suas circunstâncias) parece estar contra elas. Não sei se do lado do ‘sim’ se podem enumerar estruturas similares. Na melhor das hipóteses, imagino carreiras de autocarros, uns a seguir aos outros, em sucessivos percursos Campo das Cebolas-Badajoz-Campo das Cebolas ou Campanhã-Vigo-Campanhã…
C, Correia de Campos – Também podia ser C de comédia, que de igual modo se representaria com brilhantismo a notável política do Ministro da Saúde: encerrar maternidades e abrir clínicas para realizar abortos. O ministro que vier a seguir que apague a luz do ministério.
D, Dona da barriga - É ela, como bem se grita à porta do tribunal de Aveiro! E se dúvidas existissem a pergunta não deixa ninguém mentir: aborte-se “por opção da mulher”, que está bom de ver que a criança só tem um progenitor. O pai queria ser chamado a ter voto na decisão? Azar.
E, Eufemismo – É a “IVG – interrupção voluntária da gravidez”, denominação mentirosa mas sempre pronunciada pela dra. Edite Estrela com voz mui carinhosa e compreensiva. Devia chamar-se aborto – tout court - posto que é disso que se trata, além de que se mata, ao invés de se interromper o que quer que seja. O que se interrompe é suposto poder vir a ser retomado no futuro, o que não é manifestamente o caso.
F, Fina d’Armada – A historiadora Fina d’Armada é injustamente desconhecida da esmagadora maioria dos portugueses apesar dos inúmeros prémios que lhe recompensam o mérito. Desta vez, numa acção de campanha do ‘Sim’ do qual é mandatária, afirmou ter verificado após a leitura da Bíblia que "Deus atribui um mero valor pecuniário ao feto". Aí está um bom e inesperado reforço para o ‘não’ neste mercado de Inverno. Poderá a rapaziada do ‘sim’ elevar a senhora à condição de única porta-voz da causa?
G, Gelatina – Pudim de. Exemplificando a matança numa reportagem da dra. Fernanda Câncio (ver J) publicada em 1998, uma “parteira” (dessas que não faz partos) diz que "aquilo sai tudo fragmentado, é como se fosse gelatina. Faz de conta que é um pudim de gelatina, que a gente aspira e pronto..." E pronto, assim ficámos todos a saber que até às oito semanas – mais uma e a senhora diz que já mete “impressão”… - não passamos de um pudim de gelatina. Abençoadas militantes da liberalização total que com elas tanto aprendemos…!
H, Hospitais – É sabido que Portugal é o país ideal para implementar a liberalização do aborto a pedido. Desde a entrada para a União Europeia que os nossos hospitais não apresentam listas de espera e que hérnias, cataratas e até unhas encravadas são problemas que há muito se tratam pouquíssimos minutos depois da chegada a um “estabelecimento de saúde legalmente autorizado”. Apresenta a vantagem acrescida de, encerradas as maternidades, ser uma forma de evitar a colocação dos obstetras saneados no quadro de supra-numerários.
I, Impostos – Com a liberalização total do aborto, abre-se uma nova janela de oportunidade nos IRS’s de cada um de nós. Num espírito de fraternidade como já não se via desde as gilhotinas da Revolução Francesa, casais portugueses que lamentam não ter dinheiro para ter filhos terão oportunidade de ajudar a liquidar os pré-rebentos dos outros!
J, Jornalismo de Causas – Caracteriza o pequeno número de jornalistas – sensivelmente 90% do total – que faz abertamente campanha pelo ‘sim’, disfarçando a militância sob a forma de notícias. Distinguem-se dos jornalistas que se declaram Pró-Vida justamente pelo elemento da declaração: enquanto estes últimos avisam os portugueses daquilo que deles se pode esperar, esta categoria “de causas” nunca assume a pró-matança. Oficialmente, são sempre independentes.
L, Laicidade – Levada ao extremo é a tara que identifica os bizarros cidadãos da Associação República e Laicidade. No essencial são concidadãos que terão ficado profundamente traumatizados com a sua experiência escolar, onde foram incapazes de aprender História de Portugal constrangidos pela existência de crucifixos nas salas de aula, que desde então confundem com propaganda política – presume-se que fascista. Não admitem que alguém possa votar submetido a tamanha opressão e por esse facto – acredite o leitor – prometem combater sem tréguas até ao fim dos seus dias.
M, Mentira – Perdoem-me o termo, mas dizer-se que ninguém é a favor do aborto – como juram grande parte dos defensores do ‘sim’ – é uma treta esfarrapada. É óbvio que a maior parte daqueles activistas é favorável ao aborto, entendendo-o apenas como mais uma forma de planeamento familiar ou de método de substituição da pílula, quando esta se esgota na farmácia lá do bairro.
N, Natalidade – Os portugueses são cada vez mais velhos e nascem cada vez em menor número, mas isso não é nada que a recente Lei da Nacionalidade não possa resolver. Parece que a Alemanha, debatendo-se com problema similar, resolveu presentear os mais recentes nascimentos em numerário, não lhes tendo aparentemente ocorrido que a solução do problema estava na liberalização total do aborto. São uns inbecis, aqueles alemães…
O, Outdoors do Bloco – O KGB anti-abortista andava por aí a prender toda a gente e preparava-se para erguer um campo de concentração e reeducação nos arredores de Elvas, mas graças a Deus apareceram os cartazes do Bloco de Esquerda para denunciar a malfeitoria. Agora, felizmente, todos os portugueses sabem que polícias de costumes, aos bandos de dois, prendem e arrastam por aí as mulheres que abortam. Tenho esperança de que se trate daquelas campanhas usando técnicas de “seguimento” e que no próximo fascículo se nos diga que prisão alberga tanta delinquente. Já agora, e visto que se é do Bloco não pode ser demagogia barata, sempre gostava de saber.
P, Presidente da República – Cavaco Silva convocou o referendo. Curiosamente, e apesar do entusiasmo com referendos, não me constou que se tenha interessado por aí além com o pedido de consulta popular versando a PMA – Procriação Medicamente Assistida e subscrito por largos milhares de portugueses. Agrada-me verificar que vai já para uma data de anos que não me engano numa eleição que seja…
Q, Quid Iuris? – Muito se debate a pergunta. Na verdade, sou tentado a concordar que alguma coisa mais simples e objectiva, do tipo “concorda com a liberalização do aborto a pedido?”, seria mais perceptível e, sobretudo, mais séria da parte de quem pergunta. Mas se deitarmos para trás das costas as nossas convicções pró-Vida, também devemos perceber que é justo que finalmente o país tenha encontrado uma forma institucional de homenagear a escrita corrida de Saramago.
R, Rato – Refiro-me à “criaturinha do tamanho de um pequeno rato” que se tornou célebre nos últimos dias do ano na blogosfera nacional. A imaginação e bom gosto dos militantes do ‘sim’ parece não conhecer limites e quando ainda nos habituávamos à ideia de que todos fomos, um dia, pouco mais do que um pudim de gelatina, eis que somos forçados a dar novo passo em frente: um dia, lá longe, passámos todos pela fase de“criaturinhas do tamanho de um pequeno rato”. Só passada essa etapa há uns que se fazem à Vida e outros que parecem estagnar para todo o sempre na fase da asneira.
S, Sindicato dos Jornalistas – A Rádio Renascença anunciou aos seus ouvintes que tinha posição face à consulta de 11 de Fevereiro, alinhando pelo campo que defende a Vida. De imediato o Sindicato dos Jornalistas condenava a estação e a ineceitável opressão que a tomada de partido representava perante os trabalhadores. Felizmente que o Sindicato dos Jornalistas – onde não pontifica qualquer comunista para além dos que ocupam os lugares de destaque – não sabe que o Diário de Notícias existe. Assim sempre poupa no papel timbrado.
T, Tratado – "Vida e Direito - reflexões sobre um referendo", das Edições Principia, é uma colectânea de textos jurídicos e pró-Vida com organização de Jorge Bacelar Gouveia e Henrique Mota que vivamente se recomenda pela inteligência e pela oportunidade. Não há contraditório por parte do 'sim'; nem o João Ratão, que morreu no caldeirão.
U, Urnas – Não deixa de ser lamentável que actualmente tudo seja referendável, o que neste caso equivale por dizer que se possam decidir as urnas nas urnas. Mas se assim é, vamos a votos e que se não poupem esforços. Já em 98 eram favas contadas e depois…
V, Vida – Estamos cansados de ouvir da parte dos apoiantes do aborto que não é possível definir o momento exacto que marca o início da Vida. Vendem-nos as criaturas a tese de que a concepção é uma miragem filosófica e de que o facto de ouvirmos o coração do bebé a bater a toda a velocidade numa qualquer ecografia realizada antes das dez semanas será, eventualmente, resultado de uma alucinação. Passamos então a admitir que o coração de tais gentes pudesse de facto não dar sinais de Vida nas primeiras semanas; se muitos anos volvidos continua a não se fazer notar...
X, Xadrez – Político: inúmeros movimentos pelo ‘sim’ integram destacados membros do PSD, que por sua vez se não dá à maçada de ter opinião. No CDS não faltam vozes a dar uma no cravo e outra na ferradura, incluíndo a do novíssimo D. Sebastião esperado no Caldas. Assim se dividem os males pelas aldeias e se tenta ganhar sempre, o que é uma forma de sobrevivência como outra qualquer. Sobretudo para quem já quase não apresenta sinais vitais.
Z, Zurbaran – Fica em Badajoz e é um hotel de qualidade bastante razoável que sempre albergou portugueses. Dantes por lá pernoitavam os que partiam em busca de caramelos e de uns quantos sacos de recuerdos; agora continua a servir tugas, mas desta feita que pretendem regressar com menos peso. O Zurbaran, sem que disso tenha culpa, é também ele um espelho das misérias do mundo."

terça-feira, janeiro 23, 2007

Poema

Não soube do mundo

Era tão pequeno
que ninguém o via.
Dormia sereno
enquanto crescia.
Sem falar, pedia
- porque era semente -
ver a luz do dia
como toda a gente.
Não tinha usurpado
a sua morada.
Não tinha pecado.
Não fizera nada.


Foi sacrificado
enquanto dormia,
esterilizado
com toda a mestria.
Antes que a tivesse,
taparam-lhe a boca
- tratado, parece,
qual bicho na toca.

Não soltou vagido.
Não teve amanhã.
Não ouviu "Querido"...
Não disse "Mamã"...
Não sentiu um beijo.
Nunca andou ao colo.
Nunca teve o ensejo
de pisar o solo,
pezito descalço,
andar hesitante,
sorrindo no encalço
do abraço distante.


Nunca foi à escola,
de sacola ao ombro,
nem olhou estrelas
com olhos de assombro.
Crianças iguais
à que ele seria,
não brincou com elas
nem soube que havia.
Não roubou maçãs,
não ouviu os grilos,
não apanhou rãs
nos charcos tranquilos.
Nunca teve um cão,
vadio que fosse,
a lamber-lhe a mão
à espera do doce.

Não soube que há rios
e ventos e espaços.
E invernos e estios.
E mares e sargaços.
E flores e poentes.
E peixes e feras -
as hoje viventes
e as de antigas eras.

Não soube do mundo.
Não viu a magia.

Num breve segundo,
foi neutralizado
com toda a mestria.
Com as alvas batas,
máscaras de entrudo,
técnicas exactas,
mãos de especialistas
negaram-lhe tudo
( o destino inteiro...)

- porque os abortistas
nasceram primeiro.


(Renato de Azevedo)

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Assim - NÃO

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Poema pela VIDA

Chama Viva - Pe. Marcos Alvim

quarta-feira, janeiro 10, 2007

S D P J - Lamego